O Diamante Amarelado e os Primeiros Passos de Cmyvllaeth – Relatos (parte 2)

(Caso não tenha lido a parte 1)

Lembro que quando comecei a escrever “O Diamante Amarelado – Guerras em Norrath”, eu tinha a sensação de que aquela seria “A” história. Eu sabia que ainda não escrevia bem o suficiente, mas o ponto é que eu pensava que aquela seria a história que eu escreveria do início ao fim num ímpeto digno de Anne Rice.

Logo no primeiro capítulo eu comecei com algo que logo chama a atenção. Um ladino em uma masmorra, procurando por um tesouro. Pensando bem, é uma idéia bem clichê, mas acho que ainda assim tem certo apelo. Armadilhas, coisas antigas e quebradas e até um toque de terror estavam naquele capítulo, que terminava com o dito mercenário recuperando o tal diamante de uma espécie de pedestal. Sem querer, libertava os vilões que destruiriam seu mundo. Nunca ficou claro em lugar nenhum, mas aquilo tinha sido armado por alguém que comandava uma organização poderosa e queria tirar do que viria o seu quinhão.

O segundo e último capítulo escrito começava quase como um RPG para videogames. Um jovem de uma cidade pequena que é acordado pela sua mãe e levado a fazer algum serviço ou missão. No caso de Beren (mais um nome emprestado, esse tirado de Tolkien), ele precisava levar mantimentos para os mineiros que trabalhavam em minas bem ao norte de seu vilarejo, as chamadas minas de velho Lunge (nome que não faço idéia de onde saiu). Este capítulo mostrava pouco da história, mas falava da vila de “Velha Árvore”, de seus moradores e mostrava um rápido panorama da nação onde se situava.

O início de “O Diamante Amarelado”, após o prologo, me lembrou bastante este jogo que nenhum de vocês deve conhecer.

Em matéria de roteiro, pouco foi aproveitado. Se eu fosse continuar essa história (e talvez o faça algum dia), eu mudaria tudo o que já foi pensado, a começar pela personalidade de alguns daqueles que figuram a história. No entanto, as configurações geográficas que foram idealizadas permaneceram na atual Cmyvllaeth.

Nesta época surgiram coisas como Kiell, a cidade das Gaivotas, capital do – na época ainda não definido – reino de Darai. O próprio vilarejo de Velha Árvore foi algo que se manteve, situado na floresta verde (que terá outro nome) e próximo às minas do velho Lunge. Eu ainda não sabia, mas geograficamente estava começando a ter idéia de algo que se tornaria muito maior.

Alguns conceitos também foram reaproveitados. As ruínas, a organização, o ladino mercenário e o próprio diamante amarelado. Não são coisas que se mostram da mesma forma, por outro lado, deixaram seu legado e suas idéias evoluíram até tomar formas mais atuais e adequadas ao cenário, continuando tão importantes quanto eram antes. O mais curioso é que eu não me recordava desses pontos, nunca havia feito um paralelo com a Cmyvllaeth atual e com o livro que estou escrevendo, e vejo que certas idéias são mais antigas do que eu pensava.

Essa imagem me inspirou bastante para a cidade das Gaivotas. Talvez a geografia do local seja bem parecida com essa paisagem.

Claro que houveram coisas que foram descartadas. O sistema de magia foi completamente reformulado. Todos os deuses citados e o próprio sistema “padrão” de deidades de fantasia medieval não existem da mesma forma. O Rei Unther Stormbringer não verá novamente uma história e alguns dos nomes que foram usados serão completamente descartados. Mas, em geral, creio que mais coisas sobreviveram do que se perderam.

É interessante que o estilo de “O Diamante Amarelado” é bem parecido com o meu atual, só que… menos desenvolvido. Acho que mostra bem a evolução que tive ao longo desses anos. E eu percebo não só um crescimento em matéria de técnica, mas também em roteiro, a história de “Guerras em Norrath” tinha um clima ainda bem infantil, principalmente no comportamento dos personagens principais (curiosamente não tanto dos adultos), imagino que seja reflexo de ter sido a época em que eu mais assistia animes shonen. Consigo perceber isso pelas reações exageradas típicas de animes.

Eu parei de escrever essa história por conta de um livro chamado… Crepúsculo. Meu sentimento ao abandonar a leitura pela metade foi de “eu tenho que escrever algo com vampiros de verdade” e então comecei a escrever outra história (também nunca terminada, mas que teve vida muito mais duradoura) chamada Leis da Noite, que não será discutida aqui por não fazer parte da construção de Cmyvllaeth.

Somente quatro meses, no inicio de 2009, após abandonar “O Diamante Amarelado” eu voltei a escrever outro conto ambientado na Cmyvllaeth primitiva: A Queda do Forte Belkarrar. O conto que QUASE foi publicado.

Para quem quiser ler: “O Diamante Amarelado – Guerras em Norrath”. Mas, aviso, eu escrevia mal a quatro anos atrás e este texto carece de revisão.

Renan Barcellos, que bebia café frio

E que se curvava à Harald Harfager, novo Rei da Noruega.

7 comentários sobre “O Diamante Amarelado e os Primeiros Passos de Cmyvllaeth – Relatos (parte 2)

  1. Oi Renan! Pela descrição, parece uma história bem legal, quando eu tiver um tempinho leio com calma…
    Aah, eu conheço Chrono Thrigger! E o início realmente se parece, tipo, o Chrono é acordado pela mãe pra ir no festival, né? =P
    Que linda a imagem que te serviu de inspiração pra Cidade das Gaivotas! *-* Me deixou mais curiosa…
    Bjus
    Paty Algayer – http://www.magicaliteraria.com/

    • Sim, quando lembro do inicio desse conto a primeira coisa que me lembro é da mãe de Chrono acordando ele e abrindo a cortina xD
      A imagem realmente é… inspiradora. Devo dizer que ela foi bem importante para esse início de cenário.
      Muito obrigado pelo comentário, Paty ^^

  2. (Também gostei da imagem que serviu de inspiração pra cidade das gaivotas! Ela deve ser realmente boa, pois também tinha sentido vontade de comentar sobre isso.)

    Após ler este post, fico com a sensação de que gosto mais dos posts que têm algum pedaço de história, ou a descrição do mundo. É legal saber como as coisas surgiram, mas… creio que há uma espécie de sede pela história, sabe?

    Ah, vou ler o conto depois. ^.^ (e revisar loucamente u_u )

    • A imagem foi realmente bem importante porque acho que casou muito com a ideia que eu tinha para a cidade. Me baseio muito nela até hoje =)
      Que bom que os posts sobre cenário estão agradando, acho que eles são o mais importantes para o cenário =ooo
      Pode revisar tudo u_u

  3. Chrono Trigger?!?!?!

    Não, nem joguei… Mas lembro que eu tinha um amigo viciado nessa parada. Uma época em que fazíamos os campeonatos itinerantes de bomberman no snes, para reviver os bons tempos e o maluco achou essa fita e se viciou. Resultado: adeus campeonato. XD

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