Saldo de Setembro e Outubro

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Mais dois meses passaram sem eu fazer muita coisa nesse blog.  As vezes isso me chateia, afinal de contas, eu deveria estar dando uma manutenção mais regular nele. Outras vezes, eu aceito que esse espaço sobre o que eu escrevo não tem tanta importância quanto o que eu, de fato, escrevo. É engraçado que quanto mais se faz cosias, menos tempo tem para se registrar que fez elas. Mas esse registro de nada importa, a própria existência do que foi feito já lhe serve de registro. Ou pelo menos é assim que deveria funcionar, eu acho.

Eu todo caso, apesar dessas elucubrações sem sentido, eu não fiz muita coisa. Ou pelo menos não fiz muita coisa da forma como eu queria. Eu até consigo dar algumas explicações bem plausíveis pela minha falta de produção literária ou produção… Crítica? Não sei se essa expressão faz sentido, mas me refiro à escrita de resenhas e afins. Contudo, mesmo que eu consiga justificar essa falta de progresso em coisas que me importam, isso não muda o fato que essa falta de progresso continuará a existir até que eu consiga mudar esse cenário.

E realmente me mata não estar conseguindo fazer muita coisa no campo da literatura. De todas as coisas que compõe a minha identidade pessoal, a forma como eu me enxergo, eu diria que minha auto-percepção como escritor é a mais importante. Minha vida literalmente não faria sentido sem a escrita, pois muito do que escolho e penso é voltado para me melhorar enquanto escritor. Creio que seria uma estratégia bastante válida se eu estivesse… bem… escrevendo. Continuar lendo

Saldo de Junho, Julho e Agosto

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Pois é, depois de muito tempo, resolvo voltar a postar aqui. Meio sem vergonha de minha parte, não? Voltar do nada e simplesmente dizer o que fiz nos últimos meses.

Enfim, minha ausência prolongada e um único post para falar sobre três meses meio que já servem de adiantamento para a ideia de que meus planos e minha produção não foi como eu desejava. Em maio eu tive problema no computador e fiquei sem ele por quase um mês.  Depois de trocar duas peças particularmente caras, uma terceira peça quebrou e foi um tanto quanto chato para repor ela. E sem placa mãe computadores não têm o hábito de funcionar.

Sem computador, eu poderia ler mais, escrever mais em caderno, fazer mais anotações e me livrar das distrações triviais da vida moderna e da internet. Eu até tentei fazer isso, juro. Mas eu sou uma pessoa meio ansiosa, e a possibilidade do computador ter sido concertado no dia seguinte me deixava inquieto e sem conseguir fazer praticamente nada.

Bom, eu até li uns livro em junho, mas foi bem pouco. E olha que a faculdade estava de greve e minhas manhãs ociosas. O computador foi eventualmente consertado. Perdi uma semana formatando e reinstalando tinha que tinha para reinstalar. E aí bateu aquela falta de uma rotina definida. Eu tentava fazer as coisas, até fazia um pouco, mas acabei não conseguindo criar um ritmo muito bom. Basicamente, toda a estruturação e planejamento que eu tinha pensado antes foram completamente pro lixo. Continuar lendo

Zerando Minha Steam Semana 21– Avernum

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Creio que eu ainda esteja longe de zerar Avernum. No entanto, acredito já estar próximo dos 70% do jogo. Avancei bastante no jogo recentemente, mas não exatamente de forma a me deixar muito mais próximo de terminá-lo. O que fiz foi percorrer a parte sul de Avernum para ir descobrindo tudo o que tinha por lá.

E descobri bastante coisa. Além de ter passado no Castelo, onde o Rei eleito reina sobre a sociedade humana de Avernum (sim, o rei é eleito, não é um cargo hereditário, mas isso é explicado), onde eu peguei umas missão que imagino fazerem parte de uma das quests principais para terminar o jogo. No entanto, a área sul do castelo tinham muitos mais locais e uma quantidade de cidades maior do que outros segmentos do mapa (é uma região chamada A Grande Caverna e em geral foi bastante pacificada pelas forças humanas), isso fez com que eu ficasse indo de local em local a procura de novidades.

Acabou que as quests que eu resolvi foi as que eu já tinha “resolvido”, como, por exemplo, encontrar a fórmula de uma poção de cura que pudesse salvar a esposa de um mago poderoso. Eu já tinha encontrado essa fórmula e já tinha os ingredientes. Descobrindo que ela precisava do preparado, bastou criar uma poção com um npc e entregar para ela. A recompensa foi acesso a uma senha que abriria uma dungeon. Eu passei por essa dungeon, mas não sei o que tem lá, além de que ela foi explorada por membros da primeira expedição (quando o império fazia expedições).

Uma coisa que parece estar ficando mais frequente são referências ao grupo conhecido como Cimitarra, que parece querer se vingar do Império. Devido ao sistema de reputação, algumas pessoas me conhecem quando vou falar com elas e alguns membros falaram para que eu procurasse uma pessoa ou outra para me inteirar nas operações do grupo. Contudo, ao que parece, a sede da cimitarra está em um lugar conhecido como “O Abismo”, que é basicamente a Avernum de Avernum. O império manda os criminosos e indesejáveis para Avernum, os avernitas mandam para o abismo.

E assim o jogo continua.

Renan Barcellos, que estava bebendo coca

e que não via fumaça na água não

Saldo de Maio

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Maio foi meio desastroso. Não consegui fazer nem 50% do que deveria.

Houve uma coisa boa. Eu terminei o conto Questões de Honra e Lealdade na versão final de agora (pretendo talvez retornar a ele daqui a um ano para revisar, mas isso não é uma certeza). No entanto, essa foi a única coisa no campo da escrita que eu consegui realizar.

Eu cheguei a começar a trabalhar emum conto que pretendo terminar  no prazo de um mês e meio. A questão é que eu já havia começado a escrever ele em caderno, a um ano ou dois. No entanto, quando estava passando para o computador, percebi que eu havia escrito muito menos do que pensava. E ao descobrir isso, instantaneamente esqueci o que eu imagina já ter escrito.

O conto se chama “Aquilo que Aprisiona o Soldado Morto” e eu não faço ideia de que gênero ele se enquadra, talvez New Weird, mas enfim. É sobre um sujeito que está “entrevistando” um cadáver ambulante em um bar que existem outros desses mortos irriquetos e tentando descobrir o que prendeu tal morto, um jovem soldado, à não-vida.

O problema é que o soldado fala muito sobre o dia-a-dia da infantaria no exército e na época que comecei a escrever eu tinha lido uns cinco livros que tratavam sobre guerra. Por isso, descobrir que não estava escrito até onde eu imaginava foi meio que um choque e subitamente me vi com dificuldade para continuar.

Mas eu quero continuar, preciso entrar no clima da história. O que talvez seja um pouco complicado depois de passar tanto tempo com uma história oriental, mas estou trabalhando nisso. Assim que terminar Admirável Mundo Novo, pretendo reler Nada de Novo no Front para me ajudar a entrar na sintonia necessária para voltar ao conto do soldado morto.

Isso já foi um balanço grande no meu ritmo, mas aconteceram outras coisas também. A iminencia de uma greve na UFBA foi uma delas, que acabou me deixando um pouco ansioso. Mas a pior coisa, e também a mais idiota, foi que uma encomenda internacional minha ficou em Salvador por quase três semanas sem ser entregue e eu fiquei bastante irritado e na expecativa dela ser entregue logo.  A constante espera fez com que eu ficasse querendo “pular o dia” pra saber se as coisas iriam se resolver logo.

Apesar disso, creio que minhas metas para o ano ainda sejam bastante factíveis, embora isso se deva principalmente a elas terem sido bem leves. A planilha que fiz reunindo o tempo dedicado a cada atividade tem me ajudado bastante no sentindo de avaliar o que eu tenho feito. Com o tempo, creio que poderei usar ela para deteminar como funcionam meus picos de atividade e os momentos de relapso.

Em todo caso, o trabalho continua. A faculdade entrou de greve, mas ainda não sei se realmente terei ou não aula e, portanto, se irei ou precisar adiantar os trabalhos finais das matérias. No entanto, espero que venha a greve (ou o semestre acabe mesmo) para eu ter as manhãs livres e ter um tempo mais factível com o quanto de trabalho eu quero me dedicar.

Renan Barcellos, que só tinha água

e que não estava num sábado do capiroto

Saldo de Abril

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Abril foi um mês bem mediano. Como de praxe, não consegui fazer tudo que eu pretendia fazer. Eu imagino que eu tenha conseguido ter um progresso razoável, embora talvez tenha sido o mês mais morno de produção até agora. Ou talvez tenha sido melhor do que Março, não sei.

E é por causa desse não saber que resolvi ter uma forma de conseguir analisar o quanto do que eu pretendia trabalhar foi efetivamente trabalhado. Passei uns dias pensando nas minhas rotinas e consegui fazer uma tabela com as atividades recorrentes das semanas e quanto eu espero fazer delas no mês.

É uma lista com bastante coisa (colocarei no fim do post), e que olhando, parece virtualmente impossível de se seguir a risca. A verdade é que é realmente impossível de seguir a risca, creio. Pelo menos, eu não consigo, visto que existem atividades cotidianas, sociais e outros interesses meus que também demandam tempo. Mas o objetivo é aquele mesmo, ter uma meta, tentar alcançá-la e não me frustrar por não consegui. Acho que tem funcionado e imagino que essa  “to do list” vai me ajudar um pouco.

Uma coisa meio que inesperada que ocorreu é que acabei acumulando mais obrigações auto-impostas. Eu já não estava conseguindo cumprir tudo o que eu pretendia fazer, mas ainda assim, resolvi fazer mais coisas.

De certa forma, não é algo absurdo. Teoricamente o tempo dá. Resolvi que iria começar a me empenhar mais em traduzir coisas pois quero desenvolver essa habilidade. Uma hora por dia útil, basicamente. Tenho traduzido basicamente material e contos baseados em cenários de RPG. E falando em RPG, um amigo me convidou para participar de um blog com ele. De inicio fiquei um pouco com pé atrás, não sabia se ia conseguir dar conta de postar em mais um lugar, mas acabei aceitando e estou empolgado com a ideia. Devo fazer dois posts lá por mês, espero que isso me ajude a ter vergonha na cara e postar mais aqui também.

A quantidade de leitura em abril não foi nada de diferente. Li uma quantidade razoavel, terminei dois livros e continuo à frente do que precisaria pra cumprir minha meta anual. O problema é que eu ainda não consegui encontrar tempo/disciplina para ler os livros acadêmicos que eu ainda não terminei (para então começar os muitos outros que estão na fila), mas pretendo conseguir ter progresso nisso em Abril.

Na parte da escrita, bom, eu acabei vacilando um pouco nesse campo. O que estou fazendo agora com o conto de samurai é somente revisão. E eu não  estou acostumado a revisar tanta coisa assim e nem na quantidade de revisão que o conto precisa. Aí acaba que eu trabalho menos do que deveria. Percebendo isso, me programei para revisar o conto inteiro em abril, menos o final que precisa de uma reescrita mais densa. Faltou apenas 5 paginas para conseguir essa meta, mas isso eu posso revisar em apenas um dia, na quantidade normal de trabalho.

Mês que vem pretendo ajeitar minha rotina para algo talvez mais funcional,  ver como vai ser para inserir tradução na minha “carga horária”. Tenho certeza que em maio termino de vez o conto “Questões de Honra e Lealdade”, e já começo outra coisa.

Utopicamente, era isso que eu queria conseguir fazer (além de trabalhar em aventuras de RPG que eu estou desenvolvendo).

4 dias úteis da semana, à noite (cada dia):

  1. Trabalhar 2 horas de trabalho literário
  2. Trabalhar 1 hora em tradução
  3. Ler 50 paginas de livro literário

Manhãs de terça e quinta, as duas juntas

  1. Escrever Uma resenha
  2. Escrever Um conto de mais ou menos uma hora
  3. ler 50 páginas de livro academico
  4. Jogar 1 hora de jogos eletrônicos
  5. Escrever Post zerando minha steam

Manhãs segunda, quarta e sexta (em que tenho aula)

  1. Alcançar 1 ponto de reorganização dos cadernos

Sábados e domingos, os dois juntos

  1. Escrever um post para blog
  2. Jogar 4 horas de jogos eletrônicos
  3. assistir um filme
  4. ler hq
  5. Arrumar 2 horas de estante (nas semanas que eu ficar em casa sábado).
  6. Escrever e postar história não publicada

Renan Barcellos, que não tinha bebido nada no dia

e que não estava se isolando tanto assim

Zerando Minha Steam Semana 16 – Another World

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Essa semana eu comecei a jogar Another World e já terminei de jogá-lo. É um jogo curto, de pouco mais de três horas, mas ainda assim é muito desafiador.

Another World é um adventure de plataforma que segue basicamente o estilo que foi estabelecido por Pitfall. O jogador precisa seguir adiante, sem ter quase nenhuma capacidade combativa, e precisa evitar e sobreviver os perigos que encontram pelo caminho.

Mas o jogo não é exatamente como Super Mario, onde basta sair correndo e pulando. Os movimentos do personagem são bem limitados e o gameplay não se foca na ação, mas antes disso, na resolução de puzzles.

O protagonista até pega uma arma durante o jogo, mas ela é mais usada como parte de puzzles, não se trata de sair atirando em todo mundo. Sair atirando em todo mundo só funciona no inicio, quando é pra funcionar.

O jogo foi muito legal, embora eu admita que eu tenha tido dificuldade em me acostumar. Ele é de 1991, essa versão comemorativa de vinte anos não muda muita coisa, só embeleza um pouco os gráficos do background. O grande problema é que ele é de uma “mentalidade” que eu já não estava mais acostumado. Precisa-se pensar mais do que em jogos mais atuais, os puzzles não são impossíveis, mas não são óbvios e na maioria deles o erro é letal.

Sim. Letal. Fez uma coisinha errada e puft, morte. Eu devo ter morrido mais de 100 vezes nas 3 horas e pouco de jogo. Muito mais mortes do que em 3 horas de dark souls 2.

Enfim, Another World é um jogo muito bom. Um dos primeiros a apresentar “cutscenes”. O jogo mostra um cientista que após um acidente com um acelerador de partículas (será que na versão original era um acelerador de partículas?) é levado para um planeta alienígena hostil e precisa sobreviver.

Recomendadíssimo.

Tempo total de jogo: Três horas e vinte.

Renan Barcellos, que estava bebendo água

e que não conseguia focar a mente numa coisa só

Saldo de Março

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Março acabou sendo um mês mais morno em produções do que fevereiro. Ou talvez tenha sido um pouco melhor, como não tenho nenhum parametro muito bem definido, fica complicado determinar isso.

Em todo caso, como era já esperado, não por causa de pessimismo, mas porque é como eu planejo as coisas para acontecerem: não consegui novamente cumprir todas as minhas metas.Mas como mencionei anteriormente, isso não é importante, o importante é eu continuar tentando cumpri-las.

Eu consegui incorporar as duas iterações de trabalhar na escrita por dia. Mas o dia acabava ficando bem apertado e outras coisas que eu tinha em mente de fazer acabaram ficando de fora. Fui tentando levar elas na medida do possível, já que o mais importante para mim é a escrita. Perto do final do mês acabei vacilando um pouco, contudo.

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Zerando Minha Steam Semana 11 – Anachronox

Anachronox

Acabou que eu joguei pouco essa semana, mas consegui algum sucesso. Creio que estou bem perto do final do jogo. Calculo que só tenha mais um planeta para ir e então provavelmente uma volta a Anachronox para resolver a trama de Boots envolvendo a mafia. Esse meu cálculo é baseado que a média de tempo de jogo é 25 horas, segundo o site How Long to Beat.

Bem, depois que o planeta Democratus voltou ao seu tamanho original e salvou seus companheiros de uma morte dolorosa, os personagens acabaram espalhados pela sua superfície, sem nenhum contato um com o outro.

Começou com Sly Boots. Ele acordou ao lado de uma cidade que me lembrou bastante uma cidadezinha que pode ter saído da Rússia. Enfim, lá algumas pessoas haviam desaparecido, e para que o detetive não fosse acusado, já que chegara lá de forma misteriosa, acabou tendo que investigar a situação. Ou seja, mais Puzzles. A investigação foi rápida. Basicamente, tirar foto da cena do crime e entregar para o prefeit… digo, para o Burgomestre. Após isso, sendo obrigado a ir para a estalagem (o famoso Inn dos jogos de RPG), um sonho mostrou o passado de Boots. Continuar lendo

Comentários Sobre “High Noon” (Matar ou Morrer)

Não sou muito conhecedor da sétima arte, mas recentemente, por motivos que desconheço, resolvi escrever alguns comentários — que não vou ousar chamar de crítica ou review — sobre alguns filmes que tenho assistido.

O primeiro não foi High Noon, mas é o único que ainda tenho guardado. Postei originalmente no facebook.

Segue o texto:

Western em preto e branco lançado em 1952, High Noon merece o reconhecimento que tem dentro do gênero. A história mostra o delegado Will Kane (Gary Cooper) que no dia do seu casamento, quando já havia entregue a estrela de volta para a cidade, descobre que um notório bandido que ele mesmo havia prendido cinco anos atrás, estaria de volta à cidade no meio dia. Incapaz de deixar para trás o que acredita ser seu dever, Kane tem pouco mais de uma hora para preparar-se. Ao fim do prazo, Frank Miller (Ian MacDonald), junto aos seus capangas buscarão sua tão aguardada vingança.

Não se pode negar que a coisa mais acertada que o diretor Fred Zinnemann arquitetou para o filme é a forma de lidar com o tempo e como essa pressão afeta o personagem. Querido na cidade e com muitos amigos, Will Kane logo descobre que dessa vez ninguém parece ajudá-lo no tiroteio que se aproxima. Os vários relógios mostrados na cidade servem para lembrar ao personagem – e também ao público – que o tempo está acabando e que algo precisa ser feito. Usar uma passagem de tempo próxima da realidade, e sempre mostrar quanto falta para o meio dia através dos relógios, é a coisa mais marcante. A atuação de Gary Cooper também faça jus à história, e certamente merece o prêmio que recebeu, pois a cada cena, a cada nova recusa, sem nunca dizer isso, Will Kane vai ficando mais ansioso e sem esperanças. “Vá embora da cidade, Will” sugeriu mais de um de seus amigos, mas ele nunca conseguiria fazer isso.

Apesar de ser um Western, não dá para negar que existe um tratamento um tanto quanto Noir na trama. Não é a questão do preto e branco, mas a forma como todos se afastam do protagonista tão logo têm a oportunidade e como isso mostra quem realmente são. Amigos de longa data de Will Kane convencem outras pessoas a não ajudarem contra Frank Miller porque isso seria ruim para a economia da cidade. Ninguem quer que Kane morra, como, aliás, é dito por um personagem, mas cada um cuida de seu próprio assunto e considera que fez o suficiente em pedir para que o ex-delegado simplesmente vá embora, mesmo sabendo que ele não o fará e morrerá nas mãos de criminoso e seus capangas.

Além disso, é preciso destacar também a trilha sonora, que consiste principalmente em uma música criada para o filme que conta um pouco dos sentimentos tanto de Kane quanto de Miller, dando uma oportunidade de mostrar um pouco deste personagem tão importante e que só aparece nos momentos finais do filme. E são esses momentos finais que se caracterizam como a melhor parte do filme. As ruas vazias, um xerife solitário e a impressão que o apito do trem de meio-dia traz à cidade é o ponto alto do filme.

Não se contentando em ser um ótimo filme, High Noon também merece gratificações por ter introduzido Lee Van Cleef no cinema e nos westerns. Tendo um papel menor nesta obra de Zinnemann, o ator só fez crescer dentro do gênero e a atuou em mais inúmeros tiroteios. Apesar de Clint Eastwood ser a estrela da trilogia do Homem Sem Nome, os filmes não seriam o que são sem a interpretação que Van Cleef fez do pernicioso Angel Eyes e do justo e paternal Coronel Douglas Mortimer.

Nota 9

Renan Barcellos, que não estava bebendo nada

e que, embora não fosse noite, escrevia coisas pelo menos um pouquinho infames.

Projetos (Alguns Deles Contos) Inacabados…

É comum autores bem estabelecidos ao darem dicas para os que não conseguiram se profissionalizar que eles devem terminar as coisas que começam. Neil Gaiman, autor de Sandman e Deuses Americanos, particularmente menciona isso várias vezes. Como publicar um livro? Ele explica: Você escreve. Você termina o que você escreve. E uma dica mais direta dele sobre a importância de terminar coisas: Você precisa terminar de coisas É assim que se aprende, terminando coisas.

Particularmente, eu não acredito que seja assim que se aprende. Mas não tiro a validade da coisa, terminar o que se escreve é necessário para certos aprendizados “literários” e talvez para que sua flua um trabalho continuo. Talvez não terminar o que se começou a escrever acabe levando a pessoa a ter muitas pausas na sua produção porque falta “autoestima autoral” e um costume de pôr os projetos para frente.

Não sei se o que eu falei tem validade, foi algo que me ocorreu agora, mas pode muito bem ser o “mau” que me afligiu em inúmeras ocasiões.

Power of Words
Só uma imagem aleatória

O caso é que eu escrevo já tem  bastante tempo. Fazem sete anos que eu abandonei fanfics e comecei a escrever coisas originais com uma esperança de talvez um dia publicar algo, e fazem cinco que eu decidi que seria escritor e comecei a colocar bastante esforço nisso. Acontece que eu tenho muito menos coisas terminadas do que deveria.

Veja bem, apesar de altos e baixos no nível de dedicação e de produção, eu escrevi bastante. Teve um ano mesmo que escrevi mais de 200.000 palavras, o que é coisa pra caramba, além de mais de 300 paginas de anotações. Isso é muita coisa. Outras teriam terminado uns dois ou mesmo três romances com essa quantidade.

Mas é melhor deixar essa questão de lado. O ponto não é exatamente terminar romances. O ponto é que eu tenho mais histórias não terminadas do que histórias terminadas e isso vem me incomodando cada vez mais. Incomodou tanto que eu resolvi recapitular tudo o que eu havia começado a escrever e não terminei.

E nessa contagem, cheguei a 22 histórias que eu já havia começado e não terminei. Um número que aumenta para trinta e alguma coisa se considerar o que eu não cheguei a começar a escrever mas fiz quantidades consideráveis de anotações e dediquei tempo. Dessa quantidade estão uns 8 romances e o resto se divide entre contos, novelas e noveletas. Muitas dessas coisas estavam na metade, ou em um quarto. Algumas até faltavam só finalizar.

Creio que fazer essa contagem me ajudou a não perceber porque eu meio que já sabia a decidir que era hora de parar com seja lá o que eu estava fazendo e efetivamente terminar umas coisas que deixei por terminar, em vez de trabalhar coisas novas. Foi por isso que decidi a partir desse ano ir terminando coisas passadas.

Não estou pensando em nada mirabolante no momento. Nada de terminar romances de 200.000 palavras antes de tudo. Pretendo terminar os dois últimos contos que comecei — um sobre samurai que deve estar muito chato e outro sobre um cara conversando com um soldado morto em um bar — e depois disso terminar a primeira parte de “Á Última Morte de Ciannor Ravorak”, que da s histórias grandes que tenho, é provavelmente a menor. Depois disso vou pensar no que fazer, que provavelmente vai ser terminar a parte seguinte de Ciannor Ravorak e mais alguns contos.

Também planejo revisar algumas coisas antigas e que eu acho que precisam de mais uma reescrita antes de minha consciência permitir deixar de lado, mas isso é algo que eu ainda vou me programar para fazer.

Renan Barcellos, que estava pensando em café

e que achava que histórias têm que terminar mesmo