Essa foi a segunda dezena que completei desde que comecei a escrever esses relatórios ou qualquer coisa que eles sejam. Acho que minha situação não mudou muito com o passar do tempo, continuo com as mesmas inseguranças, os mesmos medos e continuo olhando para o livro e achando uma bosta. Na verdade, provavelmente isso se intensificou um pouco. Contudo, é interessante ler posts anteriores e ver que eu ainda estava na primeira parte do livro, ou que sequer tinha atingido 50.000 palavras. Na época isso me parecia bem significativo, uma enorme barreira vencida, agora vejo que foi só mais uma etapa e consigo notar que estou progredindo bastante na escrita do livro. E claro que eu não reli posts antigos, não tenho tempo pra isso.
No decorrer dessas várias semanas, a partir de determinado ponto eu comecei a reclamar que eu estava achando alguma coisa estranha na forma como a narrativa estava saindo, como se estivesse diferente do inicio do romance ou coisa parecida. Foi até por isso que eu voltei a escrever no caderno, para tentar recuperar isso. Bom, eu acabei percebendo o que era. Ou pelo menos parte da questão.
Acontece que no início das coisas que escrevi, eu entrava mais no psicológico dos personagens, sem ter medo de dizer que ele sentiu aquilo ou fez tal coisa por causa disso, contudo, com o passar do tempo, de alguma forma entrou na minha cabeça que eu não tinha escrito dessa forma, que eu havia tentado mascarar isso para o narrador não “entrar na cabeça dos personagens”. Aí em vez de eu falar que tal pessoa sentiu uma raiva assim e assim, eu comecei a dizer que ele parecia com raiva. Pode parecer uma coisa pequena, mas não junção de vários momentos e em se tratando de outras possibilidades, pode mudar bastante coisa.
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